Sempre que vemos uma notícia triste, seja na TV, na internet ou em redes sociais, paramos por alguns minutos para refletir sobre aquilo e um misto de sentimentos nos invade. Algumas vezes somos tomados por empatia, nos colocando no lugar daquelas pessoas em sofrimento; outras vezes, nossos pensamentos vagam na ideia do quanto somos sortudos por ter a vida que temos, mas, em seguida, rolamos o feed do Reels e aparece um vídeo engraçado da trend do momento e todo aquele sentimento é esquecido em questão de segundos.
Isso acontece porque temos a tendência de realmente dar importância para algo quando nos afeta diretamente ou quando atinge alguém que amamos. Caso contrário, aquela história triste é apenas mais uma informação diante de tantas que somos bombardeados diariamente.
Algo parecido com isso acontece quando verificamos a cotação do dólar. Nossa! — O dólar está R$ 5,68 (cotação do momento em que escrevo esse texto). Logo somos tomados por um sentimento de indignação: — Como pode o dólar estar tão alto assim? Refletimos por alguns segundos sobre o quanto isso afetará os processos que estamos gerenciando, mas, assim que o próximo e-mail chega em nossa caixa de entrada, esquecemos da alta do dólar e ele apenas se transforma em um número que será jogado em uma planilha qualquer.
Porém, diferente daquela notícia triste que vemos no Instagram, que está distante de nós, a alta do dólar afeta diretamente o preço do nosso cafezinho. E, claro, estou usando o café para chamar a sua atenção, porque não só o nosso cafezinho é afetado, mas o combustível que usamos para ir trabalhar, as nossas compras no mercado, aquele novo celular que você está de olho para comprar. Simplesmente tudo é afetado em um efeito cascata que eleva a inflação e traz ainda mais instabilidade para a economia do país.
Então, para trazer maior clareza sobre o assunto, abaixo você poderá ter um panorama geral do porquê o dólar subiu tanto este ano e quais são as consequências para o nosso dia a dia.
A cotação do dólar é extremamente sensível e pode variar por uma série de fatores econômicos e financeiros. Abaixo listamos alguns dos principais fatores que têm afetado a moeda em 2024.
Taxa de Juros nos EUA: As taxas de juros nos Estados Unidos permanecem elevadas devido às medidas do Federal Reserve para combater a inflação alta. O Fed aumentou as taxas para reduzir a demanda e controlar os preços. Esse cenário atrai investidores globais em busca de maiores retornos e segurança, resultando em uma maior demanda por dólares e valorização da moeda. Com isso, há uma retirada de capital de mercados emergentes, como o Brasil, pressionando suas moedas locais.
Incertezas Globais: Conflitos geopolíticos, como a guerra na Ucrânia, e incertezas econômicas globais impulsionam os investidores a buscar ativos seguros. O dólar é tradicionalmente visto como um porto seguro em tempos de crise, o que aumenta sua demanda e valor. Esses movimentos são intensificados pela busca de estabilidade financeira em um ambiente global volátil, levando à valorização do dólar.
Risco Fiscal no Brasil: A deterioração das contas públicas brasileiras e a preocupação com o aumento da dívida pública elevam o risco fiscal do país, desvalorizando o real frente ao dólar.
O Risco Brasil
Usado como uma medida do ambiente de investimentos, o risco-país do Brasil teve a segunda maior alta entre os integrantes do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e a União Europeia. Desde janeiro, o indicador subiu 33 pontos, acumulando 166 pontos no fechamento de 21 de junho. A Argentina lidera o ranking de variação, com um aumento de 1.133 pontos no ano, refletindo a crise econômica que o país enfrenta. O Brasil, embora menos impactado que a Argentina, enfrenta desafios significativos na confiança dos investidores.
Fonte: Portal O Poder 360
Os dados indicam uma crescente desconfiança do mercado financeiro nas perspectivas de médio e longo prazo para a economia brasileira. Resultados econômicos positivos não são suficientes sem uma estabilidade futura assegurada. O risco Brasil atingiu seu ponto mais baixo em fevereiro de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, com cerca de 90 pontos, abaixo dos três dígitos. Desde então, a instabilidade econômica e política aumentou a percepção de risco, refletindo as incertezas atuais e a necessidade de medidas sustentáveis para restaurar a confiança dos investidores.
Fonte: Portal O Poder 360
Em resumo, o dólar está subindo em 2024 devido a uma combinação de fatores. As taxas de juros elevadas nos EUA, implementadas pelo Federal Reserve para combater a inflação, atraem investidores em busca de retornos mais altos e seguros, aumentando a demanda pela moeda americana. Conflitos geopolíticos e incertezas econômicas globais também fazem do dólar um porto seguro, intensificando sua valorização. Além disso, o risco fiscal no Brasil, com deterioração das contas públicas e aumento da dívida, desvaloriza o real, contribuindo para a alta do dólar. Esses elementos combinados resultam na apreciação da moeda americana frente ao real.
O aumento do dólar tem impactos significativos na economia brasileira, afetando diretamente a inflação. Veja por que:
Custo das Importações: Com a valorização do dólar, produtos importados, cotados nessa moeda, tornam-se mais caros em reais, elevando os preços internos.
Combustíveis e Energia: O preço dos combustíveis no Brasil é influenciado pelo dólar, já que o petróleo é cotado internacionalmente nessa moeda. Um dólar mais forte eleva os custos dos combustíveis e, consequentemente, da energia.
Pressão nos Preços de Produtos Sensíveis ao Câmbio: Produtos como eletrônicos e medicamentos, que são sensíveis às variações cambiais, sofrem reajustes frequentes com a alta do dólar, impactando o custo de vida e a acessibilidade desses itens.
Expectativas Inflacionárias: A valorização do dólar pode alterar as expectativas dos agentes econômicos sobre a inflação futura. Empresários e consumidores, antecipando aumentos de preços, ajustam preços preventivamente, alimentando um ciclo inflacionário que afeta tudo, inclusive o cafezinho.
É um efeito cascata que afeta não apenas nossos processos de importação, mas toda a economia do país. Torcemos para que medidas públicas sejam adotadas para conter a inflação que tende a piorar nos próximos meses. Enquanto isso, seguimos fazendo nosso trabalho com excelência, trazendo as melhores soluções para reduzir esses impactos aos nossos clientes.
Conte conosco também, envie uma mensagem para cotacoes@ethima.com.br ou fale com nosso time comercial pelo telefone (47) 3349-2767e agende uma visita para tomarmos um cafezinho.